Em vez de buscar sua “paixão”, especialistas recomendam um caminho mais autêntico — e eficaz — para encontrar propósito na carreira
“Qual é a sua paixão?”
Se você já passou por um momento de indecisão profissional, é bem provável que alguém tenha feito essa pergunta. A intenção costuma ser boa, mas segundo especialistas — e até alguns bilionários — esse pode ser o pior conselho possível para quem busca propósito na vida profissional.
O problema de perseguir a “paixão”
Primeiro, porque se você tivesse uma paixão forte o suficiente para se dedicar a ela, provavelmente já teria percebido. E segundo, porque esperar que o trabalho seja um eterno projeto de realização pessoal pode minar sua resiliência. Pesquisas da Universidade Harvard mostram que associar sucesso à paixão intensa torna as pessoas menos persistentes diante de obstáculos.
Em vez disso, uma abordagem mais simples — e surpreendente — pode ajudar.
O que te fazia “esquisito” quando criança?
Dan Pink, autor dos best-sellers Motivação 3.0 e Quando, propõe uma pergunta diferente: “O que te tornava esquisito na infância?”
Pode parecer trivial lembrar das suas obsessões infantis — dinossauros, pulseiras, quadrinhos ou tocar guitarra no quarto. Mas Pink argumenta que esses interesses revelam motivadores autênticos, livres das pressões sociais ou da busca por status.
“As crianças gravitam naturalmente em direção ao que amam”, diz ele. “Elas não se preocupam se aquilo é legal ou normal.”
Essas pistas, segundo ele, podem apontar o que você faria com prazer mesmo se ninguém estivesse olhando — ou pagando.
Bill Gates e Sundar Pichai concordam
A ideia de olhar para o passado não é exclusiva de psicólogos.
O próprio Bill Gates aconselha jovens a observarem aquilo com que eram obcecados entre os 12 e 18 anos — no caso dele, escrever códigos.
O CEO da Alphabet, Sundar Pichai, também recomenda buscar aquilo que “faz seu coração vibrar”.
Ambos apontam que a persistência e o sucesso nascem mais da curiosidade e da motivação genuína do que de escolhas friamente racionais ou modismos profissionais.
Transformar interesse em direção
Claro que nem toda paixão adolescente é diretamente aplicável. Ver MTV o dia inteiro ou ter uma banda medíocre não garante sucesso. Mas os sentimentos por trás dessas atividades — como criatividade, desejo de expressão, construção, sociabilidade ou curiosidade intelectual — podem ser canalizados em carreiras mais sólidas.
Escrever histórias de fantasia pode apontar para a escrita como profissão. Fazer pulseiras pode revelar amor por design manual. Conversar por horas no telefone pode indicar talento para terapia ou coaching.
Um método mais honesto de buscar propósito
Em vez de perseguir uma “paixão” vaga ou idealizada, o que funciona melhor é um mergulho honesto em si mesmo:
- O que você fazia espontaneamente quando era criança?
- Do que você não conseguia se afastar, mesmo sem recompensa?
- Quais comportamentos você reprimiu porque pareciam “estranhos”?
Combinar essas memórias com reflexões adultas sobre mercado, estilo de vida e valores pessoais pode ser o ponto de partida de uma jornada profissional mais alinhada — e duradoura.
Em vez de grandes respostas, comece com pequenas pistas
A próxima vez que você se sentir pressionado a “encontrar sua paixão”, talvez valha mais voltar alguns anos no tempo. A chave para seu propósito pode estar naquilo que te fazia diferente — e feliz — antes do mundo te dizer o que era certo ou esperado.
Afinal, como mostrou uma pesquisa citada por Pink, um terço dos adultos afirma que suas escolhas de carreira foram influenciadas pela forma como brincavam quando crianças.
Às vezes, os sinais estão lá desde o começo. Só falta você ouvir.
Achei esse artigo da administradores.com FANTÁSTICO! tinha que colocar aqui para vocês.
Por Redação Adm
Fonte da matéria: administradores.com
Fonte da imagem: adaptado do
E você, o que te enchia os olhos ou a atenção plena durante sua infância? Deixe nos comentários!
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